terça-feira, 20 de outubro de 2009

Concurso de presépios




Objectivo:

Relançar na família o hábito da construção do presépio.

Desafio:
Descobrir a origem do presépio;
Construção criativa de um modelo de presépio, onde se reflicta a sua origem.

Regulamento


  1. O concurso destina-se às crianças e adolescentes inscritos na catequese do ano pastoral de 2009/2010;

  2. A participação pode ser feita de forma individual ou em grupos de 2 elementos;

  3. Os presépios deverão ter no mínimo três figuras – Menino Jesus, Virgem Maria e S. José. Não existe, contudo, limite máximo de figuras;

  4. Os presépios poderão ser feitos a partir de qualquer material (barro, plasticina, tecido, lã, material reciclado…);

  5. Os presépios devem ser acompanhado de um texto que descreva a sua origem;

  6. Os presépios devem ser entregues ao respectivo catequista do participante até ao dia 20 de Dezembro de 2009;

  7. Os presépios devem vir identificados (nome do catequizando, o ano e o nome do/a catequista);

  8. Todos os participantes receberão um Diploma de Participação;

  9. Caso seja possível, os presépios competirão em 3 escalões. Assim:

    Os 1, 2º e 3ºanos de catequese competirão no primeiro escalão;


    Os 4º, 5º e 6ºanos de catequese competirão no segundo escalão;


    Os 7º, 8º, 9º e 10º anos de catequese competirão no terceiro escalão;


  10. A divulgação dos resultados e entrega dos prémios terão lugar na festa de Natal, no dia 27 de Dezembro de 2009;

  11. A avaliação dos presépios ficará a cargo de um júri eleito entre os catequistas.




quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Reunião de pais - 1º ano de catequese



Vai realizar-se, no 17 de Outubro (sábado), pelas 19 horas, no salão Paroquial de Lordelo, uma reunião para os pais com filhos a frequentar o 1º ano de catequese.

Essa reunião servirá para tratar os seguintes assuntos:
  • Dar a conhecer o itinerário catequético;

  • Informação sobre o programa pastoral da catequese 2009/2010;

  • Outros assuntos;


É muito importante a sua presença!


Participe!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Festa da catequese

No ano pastoral 2009/2010 haverá as seguintes festas do itinerário catequético:

1º ano - Acolhimento - 31 de Outubro
1
2º ano - Pai Nosso - 8 de Maio
1
3º ano - Eucaristia - 3 de Junho
1
4º ano - Palavra - 24 de Janeiro
1
5º ano - Credo - 15 de Maio
1
6º ano - - 13 de Junho
1
7º ano - Bem-aventuranças - 14 de Fevereiro
1
8º ano - Vida - 11 de Abril
1
10º ano - Envio - 23 de Maio

Oração para o ano sacerdotal

(icone: http://www.seraphicrestorations.com/)

Senhor Jesus,

Vós quisestes dar a Igreja, em São João Maria Vianney, uma imagem

viva de Vós e uma personificação da vossa caridade pastoral.

Ajudai-nos a viver bem este Ano Sacerdotal, na sua companhia e

assistidos com o seu exemplo.

Fazei que aprendamos com o Santo Cura D’Ars, o modo de encontrar

a nossa alegria:

permanecendo em adoração diante do Santíssimo Sacramento;

escutando a vossa Palavra que nos guia;

acolhendo, com terno amor, os pecadores arrependidos;

confiando na vossa Santíssima Mãe Imaculada;

lutando vigilante e fiel contra o Mal.

Fazei Senhor Jesus que os nossos jovens possam aprender com o

exemplo do Santo Cura D’Ars, o quanto é necessário, humilde e

glorioso, o ministério sacerdotal. E que o quereis confiar àqueles que se

abram ao vosso chamamento.

Fazei que também nas nossas comunidades, tal como aconteceu em

Ars, se realizem as mesmas maravilhas da graça que fazeis acontecer

quando um sacerdote sabe “colocar amor na sua paróquia”.

Fazei que as nossas famílias cristãs se sintam parte da Igreja.

possam sempre encontrar os vossos ministros, e saibam tornar a sua

casa bela como uma igreja.

Fazei que a caridade dos nossos pastores alimente e inflame a caridade

de todos os fiéis, de tal modo que todas as vocações e carismas, doados

pelo Vosso Espírito Santo, possam ser acolhidos e valorizados.

Mas, sobretudo, Senhor Jesus, concedei-nos o ardor e a verdade do

coração, para que possamos dirigir-nos ao vosso Pai Celeste, fazendo

nossas as próprias palavras de São João Maria Vianney quando se

Vos dirigia:

Eu Vos amo meu Deus, e o meu único desejo é amar-Vos até o

último suspiro da minha vida.

Eu Vos amo, ó Deus infinitamente amável, e desejo mais

ardentemente morrer amando-Vos, do que viver um só instante, sem

Vos amar.

Eu Vos amo Senhor, e a única graça que Vos peço é a de amar-Vos

eternamente.

Eu Vos amo meu Deus, e desejo o céu para ter a felicidade de Vos

amar perfeitamente.

Eu Vos amo meu Deus infinitamente bom, e temo o inferno porque lá

não haverá nunca a consolação de Vos amar.

Meu Deus, se a minha língua não pode repetir a todo o momento que

Vos ama, quero que o meu coração Vo-lo repita cada vez que respiro.

Meu Deus, concedei-me a graça de sofrer amando-Vos e de Vos

amar sofrendo.

Eu Vos amo, ó meu divino Salvador, porque fostes crucificado por

mim e porque me tendes aqui em baixo crucificado por Vós.

Meu Deus, concedei-me a graça de morrer amando-Vos e de saber

que Vos amo.

Meu Deus, à medida que me aproximo do meu fim, concedei-me a

graça de aumentar e aperfeiçoar o meu amor.

Amém.

(S. João Maria Vianney)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dia Arquidiocesano do Catequistas


Realiza-se no próximo dia 12 de Setembro, sábado, no Sameiro o Dia Arquidiocesano do Catequista.
O dia começa às 09h00 com a apresentação do tema Palavra de Deus e Eucaristia: implicações catequéticas, apresentado por Isabel Oliveira, coordenadora da Catequese da Diocese do Porto.
Seguem-se vários ateliers. Aqui cada participante poderá escolher entre as diversas opções. Pode escolher entre ateliers de coordenação paroquial, didáctica, animação, espiritualidade, entre outros.
Este ano cada ateliers terá 90 minutos, e haverá diversos atelieres coma mesma temática em simultâneo, para que todos possam frequentar os que realmente querem.
Também foi solicitado aos sacerdotes presentes que se disponibilizassem para celebrar o Sacramento da Penitência, pelo que na Capela da Reconciliação deverá estar sempre alguém a atender de Confissão. Para além adoração permanente do Santíssimo Sacramento, como nos anos anteriores.
As Equipas Arciprestais de Catequese foram convidadas realizarem um pequeno stand, para que os catequistas de cada arciprestado tenham um contacto mais fácil e directo com a respectiva equipa.
A última iniciativa do Dia será a Oração Eucarística, presidida pelo Senhor Arcebispo Primaz.
Contamos contigo!

Fonte: Departamento Arquidiocesano da Catequese

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Festa da Fé


A Festa da Fé, para as crianças do 6º ano de catequese realiza-se no dia 21 de Junho de 2009, pelas 11 horas, na Igreja Paroquial de Lordelo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Encontro de adolescentes

Decorreu no dia 9 de Maio de 2009, um encontro de adolescentes do região Pastoral de Vizela.
O tema do encontro era: A Caminho com São Paulo.
Algumas fotos desse encontro.


















quinta-feira, 2 de abril de 2009

Continuamos o caminho...


Não temos parado. Seguimos o caminho.

No dia 24 de Fevereiro, iniciamos o longo caminho de quarenta dias... percorremos muito.

Mas, agora, impera o dificil. As coisas complicam-se. Por isso, o caminho final, o mais complicado... vamos recorrer com o seu protagonista: Jesus de Nazaré.

“Provalvelmente Jesus contou desde logo com a possibilidade de um desenlace fatal. Primeiro era só uma possibilidade; mais tarde convertiria-se num final bastante possivel; por último, numa certeza.

Certamente não era um suicida. Não buscava o martirio. Não era o objectivo da sua vida. Nunca quis o sofrimento nem para si, nem para os demais... Se aceita a perseguição e o martirio será por fidelidade ao projecto do Pai, que não queria ver sofrer os seus filhos e filhas...

Teria sido fácil evitar a morte. Teria sido suficiente calar a boca ou não a exercer aquilo que poderia ser irritante no templo ou o palácio do governador romano. Não o Fez. Continuou o seu caminho.” (José Antonio Pagola)

Continuo o caminho? O caminho que leva á Páscoa?

O caminho que percorro com Jesus de Nazaré?

Somalo Joven

terça-feira, 31 de março de 2009

DOMINGO DE RAMOS



EVANGELHO
Lc 22, 14 __ 23, 56
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Quando chegou a hora,
Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos
e disse-lhes:
J «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
antes de padecer;
pois digo-vos que não tornarei a comê-la,
até que se realize plenamente no reino de Deus».
N Então, tomando um cálice, deu graças e disse:
J «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,
até que venha o reino de Deus».
N Depois tomou o pão e, dando graças,
partiu-o e deu-lho, dizendo:
J «Isto é o meu corpo entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim».
N No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
J «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,
derramado por vós.
Entretanto, está comigo à mesa
a mão daquele que Me vai entregar.
O Filho do homem vai partir, como está determinado.
Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!»
N Começaram então a perguntar uns aos outros
qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se também entre eles uma questão:
qual deles se devia considerar o maior?
Disse-lhes Jesus:
J «Os reis das nações exercem domínio sobre elas
e os que têm sobre elas autoridade são chamados benfeitores.
Vós não deveis proceder desse modo.
O maior entre vós seja como o menor
e aquele que manda seja como quem serve.
Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?
Não é o que está à mesa?
Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.
E Eu preparo para vós um reino,
como meu Pai o preparou para Mim:
comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,
e sentar-vos-eis em tronos,
a julgar as doze tribos de Israel.
Simão, Simão, Satanás vos reclamou
para vos agitar na joeira como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
N Pedro respondeu-Lhe:
R «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,
até para a prisão e para a morte».
NDisse-lhe Jesus:
J «Eu te digo, Pedro: não cantará hoje o galo,
sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».
N Depois acrescentou:
J «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,
faltou-vos alguma coisa?».
N Eles responderam que não lhes faltara nada.
Disse-lhes Jesus:
J «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,
bem como no alforge;
e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.
Porque Eu vos digo
que se deve cumprir em Mim o que está escrito:
‘Foi contado entre os malfeitores’.
Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».
N Eles disseram:
R «Senhor, estão aqui duas espadas».
N Mas Jesus respondeu:
J «Basta».
N Então saiu
e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras
e os discípulos acompanharam-n’O.
Quando chegou ao local, disse-lhes:
J «Orai, para não entrardes em tentação».
N Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra
e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:
J «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.
Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».
N Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.
Entrando em angústia, orava mais instantemente
e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,
que caíam na terra.
Depois de ter orado,
levantou-Se e foi ter com os discípulos,
que encontrou a dormir, por causa da tristeza.
Disse-lhes Jesus:
J «Porque estais a dormir?
Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».
N Ainda Ele estava a falar,
quando apareceu uma multidão de gente.
O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente
e aproximou-se de Jesus, para O beijar.
Disse-lhe Jesus:
J «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?».
N Ao verem o que ia suceder,
os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:
R «Senhor, vamos feri-los à espada?»
N E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus interveio, dizendo:
J «Basta! Deixai-os».
N E, tocando na orelha do homem, curou-o.
Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,
príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:
J «Vós saístes com espadas e varapaus,
como se viésseis ao encontro dum salteador.
Eu estava todos os dias convosco no templo
e não Me deitastes as mãos.
Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
N Apoderaram-se então de Jesus,
levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
Pedro seguia-os de longe.
Acenderam uma fogueira no meio do pátio,
sentaram-se em volta dela
e Pedro foi sentar-se no meio deles.
Ao vê-lo sentado ao lume,
uma criada, fitando os olhos nele, disse:
R «Este homem também andava com Jesus»
N Mas Pedro negou:
R «Não O conheço, mulher».
N Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:
R «Tu também és um deles».
N Mas Pedro disse:
R «Homem, não sou».
N Passada mais ou menos uma hora,
afirmava outro com insistência:
R «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,
pois até é galileu».
N Pedro respondeu:
R «Homem, não sei o que dizes».
N Nesse instante __ ainda ele falava __ um galo cantou.
O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.
Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,
quando lhe disse:
‘Antes do galo cantar, Me negarás três vezes’.
E, saindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os homens que guardavam Jesus
troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.
Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:
R «Adivinha, profeta: Quem Te bateu?»
N E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.
Ao romper do dia,
reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,
os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:
R «Diz-nos se Tu és o Messias».
N Jesus respondeu-lhes:
J «Se Eu vos disser, não acreditareis
e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.
Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante
à direita do poder de Deus».
N Disseram todos:
R «Tu és então o Filho de Deus?»
N Jesus respondeu-lhes:
J «Vós mesmos dizeis que Eu sou».
N Então exclamaram:
R «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Nós próprios o ouvimos da sua boca».
N Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.
Começaram a acusá-l’O, dizendo:
R «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
a impedir que se pagasse o tributo a César
e dizendo ser o Messias-Rei».
N Pilatos perguntou-Lhe:
R «Tu és o Rei dos judeus?»
N Jesus respondeu-lhe:
J «Tu o dizes».
N Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R «Não encontro nada de culpável neste homem».
N Mas eles insistiam:
R «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
desde a Galileia, onde começou, até aqui».
N Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
enviou-O a Herodes,
que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
Havia bastante tempo que O queria ver,
pelo que ouvia dizer d’Ele,
e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
acusavam-n’O com insistência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
e remeteu-O a Pilatos.
Herodes e Pilatos, que eram inimigos,
ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
os chefes e o povo, e disse-lhes:
R «Trouxestes este homem à minha presença
como agitador do povo.
Interroguei-O diante de vós
e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
por ocasião da festa.
E todos se puseram a gritar:
R «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N Barrabás tinha sido metido na cadeia
por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
e por assassínio.
De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,
querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam:
R «Crucifica-O! Crucifica-O!»
N Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R «Mas que mal fez este homem?
Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N Mas eles continuavam a gritar,
pedindo que fosse crucificado,
e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
soltou aquele que fora metido na cadeia
por insurreição e assassínio,
como eles reclamavam,
e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando O conduziam,
lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
que vinha do campo,
e puseram-lhe a cruz às costas,
para a levar atrás de Jesus.
Seguia-O grande multidão de povo
e mulheres que batiam no peito
e se lamentavam, chorando por Ele.
Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois dias virão em que se dirá:
‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
e os peitos que não amamentaram’.
Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
e às colinas: ‘Cobri-nos’.
Porque, se tratam assim a madeira verde,
que acontecerá à seca?».
N Levavam ainda dois malfeitores
para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia:
J «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N Depois deitaram sortes,
para repartirem entre si as vestes de Jesus.
O povo permanecia ali a observar.
Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
se é o Messias de Deus, o Eleito».
N Também os soldados troçavam d’Ele;
aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N Por cima d’Ele havia um letreiro:
«Este é o Rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
insultava-O, dizendo:
R «Não és Tu o Messias?
Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R «Não temes a Deus,
tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça,
pois recebemos o castigo das nossas más acções.
Mas Ele nada praticou de condenável».
N E acrescentou:
R «Jesus, lembra-Te de mim,
quando vieres com a tua realeza».
N Jesus respondeu-lhe:
J «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N Era já quase meio-dia,
quando as trevas cobriram toda a terra,
até às três horas da tarde,
porque o sol se tinha eclipsado.
O véu do templo rasgou-se ao meio.
E Jesus exclamou com voz forte:
J «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera,
o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R «Realmente este homem era justo».
N E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo,
ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
Todos os conhecidos de Jesus,
bem como as mulheres que O acompanhavam
desde a Galileia,
mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,
que era pessoa recta e justa e esperava o reino de Deus.
Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado
com a decisão e o proceder dos outros.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
E depois de o ter descido da cruz,
envolveu-o num lençol
e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,
onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação
e começavam a aparecer as luzes do sábado.
Entretanto,
as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
acompanharam José e observaram o sepulcro
e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.
No regresso, prepararam aromas e perfumes.
E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.
Palavra da salvação.

Reflectindo o Evangelho

Quantas vezes vivemos na expectativa de um grande acontecimento, de que as coisas vão correr de forma perfeita, e tudo acaba por sair gorado, parecendo que tudo foi por água abaixo, que nada se aproveita de toda a aposta física e emocional que fizemos naquele acontecimento. Acontece-nos com o clube do coração, com um projecto pessoal. Acontece-nos de forma isolada ou em colectivo.

Jerusalém no I séc. da nossa era viveu também um momento de grande expectativa, esperavam um libertador do poder opressivo dos romanos, o Messias, e quando Jesus chega à cidade é aclamado, saudado como um verdadeiro rei pela população: “«Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino do nosso pai David! Hossana nas alturas!»”(Evangelho da Procissão).

A população procurava a glória imediata, a euforia momentânea, mas nada se concretizou. Poucos dias depois, a mesma população aclamava “crucifica-o, crucifica-o” e Jesus morria na Cruz com um último brado [“Então Jesus, soltando um grande brado, expirou” (Evangelho)].

Pelo meio destes dois acontecimentos ficou tudo aquilo que somos convidados a meditar com a leitura do Evangelho de Marcos deste Domingo: somos chamados a revisitar as expressões e os gestos de um Cristo que pela Ressurreição nos salva.

Pela memória que fazemos da aclamação na entrada em Jerusalém, do serviço no lavar dos pés, da fracção do pão, da morte e da ressurreição, somos chamados a reconhecer que, mesmo que tudo pareça acabado, há sempre este gesto de Amor da Cruz que, estando distante da idílica aclamação dos Ramos, é na verdade a fonte e o sentido da nossa vida.

S. Paulo refere-nos que Jesus Cristo “aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou” (segunda leitura). Se olharmos para os acontecimentos de Jerusalém, vemos um Homem que não procurou a glória humana de uma multidão que o aclamava mas sim a exaltação por parte d’Aquele que realmente deve contar nas nossas vidas: Deus!

Domingo de Ramos

«A Semana Santa inicia-se no Domingo de Ramos “da Paixão do Senhor”, que une conjuntamente o triunfo real de Cristo e o anúncio da Paixão.

A procissão que comemora a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém tem um carácter festivo e popular. Os fiéis gostam de conservar nas suas casas e, por vezes, nos lugares de trabalho as palmas ou os ramos de oliveira ou de outras árvores que foram benzidos e levados em procissão.

No entanto, é preciso que os fiéis sejam instruídos sobre o significado da celebração, para que se compreenda o seu sentido. Seja oportuno, por exemplo, insistir em que aquilo que é verdadeiramente importante é a participação na procissão e não obter apenas a palma ou o raminho de oliveira; que estes não se devem conservar à maneira de amuletos ou com a finalidade exclusivamente terapêutica ou a apotropaica, isto é, para afastar os espíritos maus e retirar de casas e campos os danos por eles causados, o que poderia ser uma forma de superstição.

A palma e o raminho de oliveira são conservados, antes de mais, como testemunho da fé em Cristo, rei messiânico, e na sua vitória pascal» (Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia. Princípios e Orientações, 139).
A Caminho

quinta-feira, 5 de março de 2009

Caminhada da Quaresma/Páscoa


No inicio desta caminhada Jesus é tentado no deserto. No deserto da vida somos convidados a arrepender e a acreditar na Palavra.
A caminhada terá como imaginário o deserto, que a cada domingo irá sofrendo algumas alterações, de tal modo que na Páscoa tenhamos, não um deserto, mas um espaço cheio de vida.

Clice para houveter o documento.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

VII Domingo do Tempo Comum - B

As leituras deste Domingo decorrem mais uma vez sob o signo da cura. Os milagres de Jesus, sinais da Sua bondade e do Seu poder, reflexos de um Deus que, como rezamos no Credo, é Pai e Todo-Poderoso, mostravam a todos aqueles que O rodeavam – e mostram-nos hoje a nós – que, com fé, o Homem é capaz de superar dificuldades e vencer resistências. Seremos nós capazes de pegar na nossa enxerga e ir para casa? Peçamos ao Senhor essa capacidade, para assim construirmos um mundo melhor, mais justo, com mais caridade.


A Caminho

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

V DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

Evangelho Mc 1, 29-39

Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou- Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

Reflectindo o Evangelho

“Não sei como é que Deus permite que aquela pessoa sofra tanto!”; aquela pessoa não merecia sofrer tanto…”; “que mal fiz eu a Deus para sofrer tanto?!”… São expressões que todos nós já ouvimos ou mesmo pronunciamos. O mesmo se passa com Job, que desabafa o seu duro sofrimento: “recebi em herança meses de desilusão”(1ª Leitura). Deus não ignora o nosso sofrimento. Contudo, também não temos uma resposta plena para este grande mistério. O que podemos ter a certeza é que Deus nos ama a cada um indistintamente e quer para cada um de nós a felicidade, ainda que à primeira vista possa parecer ilógico aos nossos raciocínios. Prova disso é que Jesus realizou, realiza e realizará milagres em favor de toda a humanidade. E fá-lo com dois objectivos: ou para premiar a fé ou para provocar a fé, mas sempre no contexto e com a orientação do anúncio da mensagem do Evangelho: “Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que eu vim” (ver Evangelho).

Queixámo-nos com frequência de que Deus está ausente ao drama do ser humano, que Deus está longe e que é indiferente ao homem e à mulher, que Deus permitiu aquela grande catástrofe, que Deus podia ter evitado os ataques terroristas na América em 2001. Mas, por outro lado, queremos que Deus não interfira na nossa vida, pois a sua doutrina limita a nossa liberdade, queremos extinguir os crucifixos das escolas e dos hospitais, temos medo de testemunhar e de nos afirmarmos como cristãos, somos indiferentes quando nos “atacam” os princípios cristãos que defendemos… Não esqueçamos: “ai de mim se não evangelizar” (2ª leitura). Eis o grande imperativo em que qualquer cristão está inserido. Não sejamos tíbios nem indiferentes nem detentores de um conjunto de verdades mas, pelo testemunho de vida, sejamos este “alarme” que está activo vinte e quatro horas por dia, tendo consciência de que somos fracos, mas que é pela nossa fraqueza e com a fraqueza dos outros que, todos juntos, nos tornamos fortes.

Vivendo o Evangelho

“Todos Te procuram”. Que estas palavras possam também ser aplicadas a cada um de nós, ao longo da nossa vida. Que os outros possam ver em nós um reflexo do Deus em que acreditamos. Que possamos transmitir e dar aos outros uma verdadeira consolação, alegria e esperança, com um prisma diferente daquele que o mundo pode dar. Que os outros sintam a necessidade de estar connosco, pois temos realmente algo de novo para oferecer: Jesus Cristo. Mas não esqueçamos que ninguém pode dar aquilo que não tem. Por isso, só com uma procura assídua de Jesus Cristo e da Sua Palavra isto se poderá concretizar.

A caminho

Tempo Quaresmal e Pascal




Mensagem de D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga

“Saulo viu-se repentinamente cercado por uma luz que vinha do céu. Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” Saulo perguntou: “Quem és Tu, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus a Quem tu persegues. Agora levanta-te, entra na cidade, e aí te dirão o que deves fazer”… (Act 9, 3-6)

Em Ano Paulino descortinamos os momentos fundamentais da Vida de S. Paulo. Tudo, para ele, obteve um sentido diferente quando foi encontrado pela Palavra, no caminho de Damasco.

No momento não conseguia “ver nada”; posteriormente, “recuperou” uma liberdade radical que o colocou numa doação de vida a Cristo sem condições ou interpretações pessoais. Quis viver Cristo e entregou-se para que outros iniciassem idêntica experiência.

A Quaresma é um tempo particular para entrarmos, mais intensamente, no espírito do nosso Programa Pastoral. Sugiro dois itinerários que retiro das palavras de Cristo a Saulo:

1º “Levanta-Te”

O cristianismo, para muitos, corre o risco de se tornar uma mera repetição de costumes e tradições. Urge que nos “levantemos”, com o sacrifício e o simbolismo desta atitude, a fim de criar disponibilidade interior para um encontro com a Palavra. Suscitando as condições necessárias, seremos encontrados, no mundo das opções fundamentais, por uma contínua aurora de coisas desconhecidas que nos encantarão e abrirão horizontes desconhecidos.

Deixar-se encontrar pela Palavra é algo de muito pessoal a exigir que calemos outros barulhos para começar a “ver” dum modo diferente. Com os outros poderemos dar à Voz da Palavra o volume duma compreensão maior. “Te dirão o que deves fazer”; é apelo ao encontro com outros em trabalho de reflexão e oração bíblica.

2º “Entra na cidade”

O levantar-se para fugir aos ruídos e deixar-se encontrar pela Palavra leva consigo o convite para que entremos, também, na cidade dos homens, ou seja, em todo o lugar onde vive qualquer ser humano. A Voz da Palavra ouve-se nos lamentos das pessoas e nos dramas da sociedade. Só com a Palavra de Deus conseguiremos ouvir a “voz” do Povo, dar-lhe o bálsamo para a dor e o segredo para ultrapassar as crises. A Palavra gera esperança e compromete na solidariedade activa.

Encontrados pela Palavra, descortinaremos coisas e necessidades que são supérfluas e poderemos partilhar com renúncias que mostrem a força da mesma Palavra.

Entrando nas nossas cidades e aldeias, veremos que é possível dar razões para viver aos sem abrigo, aos pobres, aos doentes terminais…

2.1 – Finalidade da Renúncia Quaresmal

A partilha, fruto da Renúncia, será, este ano, orientada para uma iniciativa:

A criação dum espaço capaz de recolher, durante todo o ano, tudo o que seja útil aos pobres (material) e que, para nós, seja desnecessário. Ao mesmo tempo, ampliaremos o refeitório Social e criaremos um local para acolhimento temporário de carenciados. A Caritas Arquidiocesana dará a estes espaços uma solicitude caritativa aberta a todos os arciprestados e comunidades paroquiais. Chamar-lhe-emos Casa Alavanca (C.A.). Como o nome sugere, pretende ajudar a erguer-se e avançar com esperança.

2.2 – Voluntariado para testemunhar Cristo Vivo

Levantar-se para se deixar encontrar pela Palavra e entrar na cidade dos homens com os seus dramas deverá orientar a caminhada Quaresmal e Pascal das nossas comunidades: a Quaresma com “abstinências” e “jejuns” do supérfluo numa vida pautada pela sobriedade; o tempo Pascal como apelo à criatividade e concretização de iniciativas que manifestem Cristo Vivo e Ressuscitado a intervir na Salvação integral de todos os homens e mulheres das nossas comunidades. Os carenciados devem ser identificados e a solidariedade terá de ser criativa. Recordo os desempregados, particularmente os envergonhados, que, com toda a certeza, será um grupo social a necessitar de atenção. A situação social pede alguma coisa dos cristãos.

Dar é importante mas dar-se é a verdadeira explicitação da Palavra de Deus. É um imperativo da vocação e missão dos cristãos. Daí que nos tempos difíceis e em época de conversão deixe, ainda, um apelo para uma renovada experiência de voluntariado ao jeito de Cristo que deu a Sua Vida. Só estruturando uma verdadeira rede de voluntariado, activo e comprometido, poderemos ser sinais de Cristo, como Paulo. Que os sacerdotes aproveitem as circunstâncias de reflexão para motivar e comprometer, aumentando e estruturando o número daqueles que já encontram ou irão encontrar tempo para dar à comunidade.

Para expressar a ideia duma solidariedade em rede, gostaria que cada comunidade tivesse um grupo que poderia chamar-se Voluntariado em Movimento (V.E.M.). Para além do grupo, promova-se uma formação específica capaz de dar ânimo e coragem para que o desânimo nunca aconteça.

Com este itinerário, o tempo Penitencial da Quaresma e a alegria do anúncio Pascal dum Cristo Ressuscitado demonstrarão que a Vida com dignidade para todos é possível, desde que queiramos percorrer o caminho de toda a mensagem cristã que o “tomar conta” da Palavra exige.

Braga, 2 de Fevereiro, Nossa Senhora da Luz, de 2009

Jorge Ferreira da Costa Ortiga, A.P..

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quaresma 2009



MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA BENTO XVI
PARA A QUARESMA DE 2009

Queridos irmãos e irmãs!

No início da Quaresma, que constitui um caminho de treino espiritual mais intenso, a Liturgia propõe-nos três práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e deste modo fazer experiência do poder de Deus que, como ouviremos na Vigília pascal, «derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos. Dissipa o ódio, domina a insensibilidade dos poderosos, promove a concórdia e a paz» (Hino pascal). Na habitual Mensagem quaresmal, gostaria de reflectir este ano em particular sobre o valor e o sentido do jejum. De facto a Quaresma traz à mente os quarenta dias de jejum vividos pelo Senhor no deserto antes de empreender a sua missão pública. Lemos no Evangelho: «O Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demónio. Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome» (Mt 4, 1-2). Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Êx 34, 28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Oreb (cf. 1 Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.

Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: «Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que «o jejum foi ordenado no Paraíso», e «o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão». Portanto, ele conclui: «O “não comas” e, portanto, a lei do jejum e da abstinência» (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98). Dado que todos estamos estorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar «para nos humilhar – diz – diante do nosso Deus» (8, 21). O Omnipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua protecção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: «Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?» (3, 9). Também então Deus viu as suas obras e os poupou.

No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, os quais observaram escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, repete também noutras partes o Mestre divino, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual «vê no oculto, recompensar-te-á» (Mt 6, 18). Ele próprio dá o exemplo respondendo a satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o «verdadeiro alimento», que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor «de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal», com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.

Encontramos a prática do jejum muito presente na primeira comunidade cristã (cf. Act 13, 3; 14, 22; 27, 21; 2 Cor 6, 5). Também os Padres da Igreja falam da força do jejum, capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do «velho Adão», e de abrir no coração do crente o caminho para Deus. O jejum é também uma prática frequente e recomendada pelos santos de todas as épocas. Escreve São Pedro Crisólogo: «O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica» (Sermo 43; PL 52, 320.332).

Nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma «terapia» para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Na Constituição apostólica Paenitemini de 1966, o Servo de Deus Paulo VI reconhecia a necessidade de colocar o jejum no contexto da chamada de cada cristão a «não viver mais para si mesmo, mas para aquele que o amou e se entregou a si por ele, e... também a viver pelos irmãos» (Cf. Cap. I). A Quaresma poderia ser uma ocasião oportuna para retomar as normas contidas na citada Constituição apostólica, valorizando o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial, que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho (cf. Mt 22, 34-40).

A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Santo Agostinho, que conhecia bem as próprias inclinações negativas e as definia «nó complicado e emaranhado» (Confissões, II, 10.18), no seu tratado A utilidade do jejum, escrevia: «Certamente é um suplício que me inflijo, mas para que Ele me perdoe; castigo-me por mim mesmo para que Ele me ajude, para aprazer aos seus olhos, para alcançar o agrado da sua doçura» (Sermo 400, 3, 3: PL 40, 708). Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da sua palavra de salvação. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus.

Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos. Na sua Primeira Carta São João admoesta: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?» (3, 17). Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Enc. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola. Foi este, desde o início o estilo da comunidade cristã, na qual eram feitas colectas especiais (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27), e os irmãos eram convidados a dar aos pobres quanto, graças ao jejum, tinham poupado (cf. Didascalia Ap., V, 20, 18). Também hoje esta prática deve ser redescoberta e encorajada, sobretudo durante o tempo litúrgico quaresmal.

De quanto disse sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana. Exorta oportunamente um antigo hino litúrgico quaresmal: «Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia – Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes».

Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo II, a fazer dom total de si a Deus (cf. Enc. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação activa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical. Com esta disposição interior entremos no clima penitencial da Quaresma. Acompanhe-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, Causa nostrae laetitiae, e ampare-nos no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para o tornar cada vez mais «tabernáculo vivo de Deus». Com estes votos, ao garantir a minha oração para que cada crente e comunidade eclesial percorra um proveitoso itinerário quaresmal, concedo de coração a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 11 de Dezembro de 2008.

BENEDICTUS PP. XVI


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Festa de Natal

Deixo, aqui, algumas fotos da festa de Natal, realizado no passado dia 28 de Dezembro de 2008